A Rua Mem de Sá será interditada entre o Largo da Lapa e a Rua Gomes Freire. Os carros serão desviados para as ruas República do Paraguai, República do Chile e Gomes Freire, até a Rua Mem de Sá. Já a Riachuelo ficará fechada entre o Largo da Lapa e a Rua do Lavradio. Os motoristas seguirão pela Riachuelo até a Rua do Lavradio, retornando pela República do Chile, em direção à Zona Sul.
Segundo o subprefeito do Centro Histórico, Thiago Barcellos, bares e restaurantes poderão colocar mesas e cadeiras nas calçadas nas áreas interditadas, e o estacionamento na Rua Augusto Severo será regulamentado.
— Vamos fechar a rua para o lazer, mas a fiscalização será rigorosa. Música alta, por exemplo, não será permitida, porque a região é também residencial.
De acordo com o subprefeito, o fechamento da Lapa vai ao encontro do projeto que transforma a Avenida Rio Branco numa rua de pedestres: — Quando o fechamento da Rio Branco sair, não vamos precisar mudar o planejamento da Lapa.
A prefeitura investirá R$ 3,5 milhões em infraestrutura na Rua da Lapa e na Glória, que ficaram de fora da revitalização do Centro Histórico. Com isso, a administração municipal espera atrair investidores para recuperar o casario abandonado no bairro boêmio.
O projeto pretende ainda concluir a restauração da murada da Glória. Em maio deste ano, O GLOBO mostrou o contraste entre o charme restaurado nos sobrados das ruas do Lavradio, Mem de Sá e Riachuelo e o abandono das ruas da Lapa, Taylor e Joaquim Silva. Mas a Prefeitura promete que a rua que deu nome ao bairro vai ganhar calçadas mais largas, duas praças — hoje áreas de estacionamento — e nova iluminação. O projeto prevê, ainda, reforma na rede de drenagem e complementação da rede de esgoto, além do plantio de árvores e a implantação de uma nova sinalização. A obra entrará em licitação nos próximos dias e deve estar concluída no primeiro semestre de 2011.
A iniciativa mais recente de recuperação da área é a tentativa de restaurar o casarão na Rua Visconde de Maranguape, ao lado da Sala Cecília Meirelles, onde funcionava o Hotel Bragança. O prédio, ocupado por 67 famílias, será leiloado em breve.
— A recuperação desse prédio vai atrair investidores que possam se interessar pelos antigos sobrados, que são belíssimos e estão abandonados — comentou Darcy Silva, comerciante da Rua da Lapa há 20 anos.
Na Glória, a promessa é concluir a restauração da murada, iniciada em 2006. Na Rua da Glória, a murada está parcialmente destruída e a maioria dos postes antigos não tem luminária.
O Relógio da Glória, que funciona à corda, está parado e sem a iluminação de suas quatro faces. A peça é tombada pelo Instituto Estadual do Patrimônio Cultural (Inepac) desde 1983.
Construída em 1905, a murada foi transformada em varal por mendigos que ocupam as ruas e praças da Glória. Segundo o subprefeito, entre os dias 24 de maio e 17 de junho, foram acolhidos em abrigos 385 moradores de rua na região. Outros seis, foragidos da Justiça, foram levados para a delegacia.
Fonte: Taís Mendes - OGlobo
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